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1 Corintios 13:10 refere-se à volta de Jesus ou ao fechamento do canon, que é a Bíblia?

1 Corintios 13:10 refere-se à volta de Jesus ou ao fechamento do canon, que é a Bíblia?
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1 Coríntios 13:10 – Retorno ou Canon Fechado?

No tecido multifacetado das Escrituras, poucos trechos são tão ricos e provocativos quanto a explanação do amor apresentada no coração da primeira carta aos Coríntios. A joia teológica do capítulo 13 resplandece com uma luz particular, especialmente quando o véu interpretativo se desdobra sobre o versículo 10. Ao longo dos séculos, expositores têm ponderado sobre o significado do “quando, porém, vier o que é perfeito”, frequentemente dividindo-se entre duas interpretações principais: a chegada da plenitude dos tempos na volta de Cristo e o fechamento do cânon das Escrituras. Este tratado investigará a riqueza deste versículo, explorando suas camadas teológicas e suas implicações para a fé contemporânea, sempre ancorado na intemporalidade da revelação bíblica e na soberania de Deus sobre a história da redenção.

O Amor Permanece

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A centralidade do amor na vida cristã é ressaltada com vigor em 1 Coríntios 13. Paulo, ao mencionar dons e ministérios, eleva o amor como o maior de todos (1 Coríntios 13:13). Este amor é descrito como paciente, bondoso e desprovido de inveja; um amor que não se ufana e não se ensoberbece (1 Coríntios 13:4). Ele não se deleita com a injustiça, mas regozija-se com a verdade (1 Coríntios 13:6). O amor é o elo eterno que vincula os crentes ao caráter imutável de Deus, pois Deus é amor (1 João 4:8).

A Plenitude do Conhecimento

O apóstolo Paulo situa o amor em um contexto onde conhecimento e profecia são parciais e transitórios (1 Coríntios 13:9). O conhecimento pleno, por sua vez, é associado à vinda do “perfeito”. Como afirmado em Colossenses 2:3, em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”. A plenitude do conhecimento está, portanto, inextricavelmente ligada à revelação plena de Cristo, que é a imagem do Deus invisível (Colossenses 1:15).

Além do Espelho

Na metáfora utilizada por Paulo em 1 Coríntios 13:12, a realidade atual é refletida como por um espelho, de maneira enigmática. Na antiguidade, os espelhos não proporcionavam a clareza que hoje conhecemos. Assim, a analogia sublinha nosso conhecimento limitado e obscurecido, que será substituído por uma visão face a face. Tal como Moisés, que falou com Deus face a face (Êxodo 33:11), aguardamos a consumação dessa promessa no retorno glorioso de Cristo.

A Revelação e o Perfeito

A expressão “quando vier o que é perfeito” tem sido objeto de profundo escrutínio. A perfeição mencionada pode ser entendida como a maturidade da igreja, o fechamento do cânon ou a consumação dos tempos em Cristo. Devemos considerar que o propósito maior da revelação é a redenção e a restauração da criação (Romanos 8:21-23), e que tais eventos alcançarão seu ápice na volta de Cristo, o autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12:2).

O Antes e o Depois da Profecia

As profecias, em sua essência, têm um caráter temporário e condicional, servindo como luz que brilha em lugar escuro até que o dia amanheça (2 Pedro 1:19). A profecia preenche uma lacuna até a chegada do perfeito. Em outras palavras, ela opera dentro de uma economia de tempo que culminará no evento da segunda vinda, quando então o propósito da profecia será plenamente realizado.

A Maturidade da Fé

A fé que agora é por ouvir (Romanos 10:17) e por esperança (Romanos 8:24) também caminha para uma plenitude. A maturidade da fé é um tema recorrente nas Escrituras, como quando Paulo exorta os efésios a crescerem até a estatura completa de Cristo (Efésios 4:13). Tal maturidade é símbolo de um estado futuro, onde a fé será transformada em visão.

A Bíblia e a Volta do Senhor

É necessário reconhecer a função singular da Bíblia como revelação divina até que o Senhor retorne. O cânon sagrado serve como norma inabalável para a doutrina, repreensão, correção e instrução na justiça (2 Timóteo 3:16). A Escritura nos prepara e nos equipa para o dia em que não mais precisaremos de sua função mediadora, pois veremos o Senhor como Ele é (1 João 3:2).

O Cânon Sagrado em Debate

O fechamento do cânon é um marco significativo na história da igreja, porém, não deve ser confundido com o “perfeito” mencionado por Paulo. A perfeição das Escrituras, em sua revelação moral e redentora, aponta para além de si mesma, para a pessoa de Cristo e a sua obra consumada.

Infância Espiritual Versus Completude

O estado atual da igreja é frequentemente comparado a uma criança que cresce em sabedoria e estatura (Lucas 2:52). A infância espiritual, marcada pelo conhecimento parcial e pelo uso temporário dos dons, cederá lugar à completude da sabedoria e da maturidade em Cristo.

O Argumento da Permanência

A permanência do amor, em contraste com a temporalidade dos dons, é um argumento poderoso pela eternidade e pela natureza essencial do amor. Justamente porque o amor é eterno, ele oferece uma chave interpretativa para o “perfeito”. O amor faz parte do caráter imutável de Deus, e como tal, é eterno, assim como Deus é eterno (Salmos 90:2).

Reflexão Sobre o Conhecimento Parcial

Paulo reconhece que o conhecimento atual é parcial (1 Coríntios 13:9), desafiando-nos a uma humildade epistemológica. A parcialidade do nosso entendimento atual nos leva a uma dependência contínua do Espírito Santo, que nos guia em toda a verdade (João 16:13).

A Eternidade e o Conhecimento Pleno

Finalmente, a eternidade é o palco onde a revelação de Deus em Cristo será plenamente conhecida e experimentada. Lá, o conhecimento parcial dará lugar ao pleno conhecimento, assim como fomos plenamente conhecidos por Deus (1 Coríntios 13:12). A eternidade não será um mero prolongamento do tempo, mas a entrada na realidade última, onde Deus é tudo em todos (1 Coríntios 15:28).

Ao contemplar as ricas camadas de significado em 1 Coríntios 13:10, emerge um retrato teológico robusto que transcende meras categorias temporais. A discussão sobre se o “perfeito” refere-se à volta de Jesus ou ao fechamento do cânon deve ser enquadrada dentro do mais amplo escopo da redenção. A revelação divina, em sua forma escrita na Bíblia, serve como antegozo e preparação para o dia em que a fé dará lugar à visão. O amor, supremo dentre os dons e virtudes, serve como âncora e como bússola, apontando para a consumação de todas as coisas em Cristo Jesus. Que nossa reflexão nos conduza a uma esperança confiante e a uma fé madura, ao aguardarmos a vinda daquele que é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.

Divulgação: Eis-me Aqui!

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