Dez cristãos foram presos em Hohhot, capital da Mongólia Interior, em março, acusados de venda ilegal de Bíblias, conforme relatado pelo Bitter Winter. A peculiaridade desse caso reside no fato de que as Bíblias em questão haviam sido publicadas legalmente em Nanjing, com autorização do governo local.
Os cristãos, incluindo Wang Honglan, Ji Heying, Zhang Wang, Wang Jiale, Liu Minna, Li Chao, Yang Zhijun, Ji Guolong, Liu Wei e Ban Yanhong, foram alvo das autoridades por venderem Bíblias através de uma igreja doméstica não afiliada à Igreja das Três Autonomias controlada pelo governo. Mesmo que as Bíblias em si fossem consideradas “legais”, o promotor argumentou que a venda por uma igreja não autorizada configurava um crime.
Wang Honglan, uma figura conhecida na comunidade cristã local, já havia enfrentado cinco anos de prisão, além de um ano em um campo de trabalhos forçados. Seu marido, Ji Heying, também foi preso. Ban Yanhong foi identificada como outro membro importante do grupo.
Apesar de alegarem que as vendas não tinham fins lucrativos, visto que compraram as Bíblias com desconto e as venderam por um preço inferior ao de capa, os cristãos foram condenados a cinco anos de prisão por “operações comerciais ilegais”. Alguns réus foram libertados sob fiança, enquanto outros permanecem na prisão aguardando julgamento.
O aspecto evangelístico das ações dos cristãos foi destacado durante o julgamento, ressaltando que seus objetivos eram claramente de natureza religiosa e não comercial. A batalha judicial ainda está em curso para determinar o desfecho para todos os envolvidos.
Em tempos de perseguição religiosa e restrições à liberdade de expressão em diversas partes do mundo, casos como esse suscitam reflexões sobre a proteção dos direitos fundamentais e a liberdade de crença. É essencial manter viva a discussão sobre a importância da liberdade religiosa e dos direitos humanos, especialmente em contextos onde tais valores são ameaçados.
