Milhares de cristãos deslocados em Moçambique por ataques extremistas islâmicos
Na região Norte de Moçambique, milhares de pessoas, incluindo muitos cristãos, se tornaram deslocadas internas devido ao aumento dos ataques de grupos extremistas islâmicos. Essa triste realidade reflete um cenário preocupante na África Subsaariana, onde a violência tem impactado diretamente a vida dos fiéis.
Uma jovem de 20 anos, conhecida como Maria (nome fictício), é uma das vítimas desse conflito. Após um ataque a cidade de Chai, no distrito de Macomia, em fevereiro, ela e sua família precisaram fugir em busca de abrigo. Maria perdeu a mãe em um ataque anterior e, recentemente, mais dois familiares foram mortos. A violência fez com que ela deixasse sua cidade natal, Mocimbioa da Praia, há quatro anos.
Descrevendo a situação, Maria relata que, ao fugir com sua filha de dois anos nos braços, acabou se separando do pai e do tio. Um conhecido a informou que os dois foram amarrados e fuzilados, trazendo ainda mais dor e sofrimento a essa jovem mulher.
A escalada da violência na província de Cabo Delgado teve início em fevereiro deste ano, com ataques do Estado Islâmico que resultaram na morte de 20 soldados. Desde então, os ataques se intensificaram, levando ao deslocamento de milhares de pessoas, destruição de igrejas, casas e lojas, assim como relatos de sequestros e decapitações.
Os extremistas têm pressionado a população local a se converterem ao islamismo e a pagar impostos em troca de proteção. Como resultado, mais de 125 escolas foram fechadas desde janeiro, prejudicando a educação de mais de 68 mil crianças na região.
A situação se agrava com mais de 70 mil deslocados internos, incluindo 35.500 crianças e 14.500 mulheres, que enfrentam condições precárias e insegurança constante. A luta entre forças armadas e grupos extremistas já obrigou mais de 650 mil pessoas a fugirem de suas casas, com ao menos dois milhões necessitando de ajuda humanitária imediata.
Moçambique ocupa o 39º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, que destaca os países onde os cristãos enfrentam maior perseguição. Este cenário reforça a importância da solidariedade e oração em favor dos cristãos deslocados e perseguidos.
Neste sentido, no dia 26 de maio, mais de 15 mil igrejas se reunirão em oração pela África Subsaariana, uma das regiões mais afetadas pela violência contra os cristãos. O Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2024 se destaca como um momento crucial para unir esforços em favor dos irmãos que sofrem por sua fé.
Neste contexto, é fundamental manter a solidariedade e ações concretas em apoio aos deslocados internos e perseguidos, lembrando que a fé cristã continua sendo alvo de intensa perseguição em diversas partes do mundo. Oremos e atuemos em prol daqueles que enfrentam adversidades por sua fé em Cristo.
