Apologética

Carnaval gospel: agora é oficial!

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Com a oficialização, pelo presidente Lula, do Dia da Marcha para Jesus (festa móvel, 60 dias depois do domingo de Páscoa), o mundinho gospel pode pular de alegria, afinal agora também temos nosso CARNAVAL!

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Sim, pois nos era um grande problema ver o mundão não-gospel se entretendo e se deliciando nos 4 dias dedicados ao Rei Momo. Até gostaríamos de participar, mas não, é coisa da carne, é pornográfico, é libidinoso, não combina com nosso jeito santo de ser. Então, para não ficarmos para trás, pois no Nordeste até micaretas fora de época fazem para extravasar os ânimos do povo, o mundinho gospel inventou a tal Marcha para Jesus.

A desculpa até que é boa: sair pelas ruas das cidades gritando que o Brasil é do Senhor Jesus. Isso denota desejo de evangelização e de santificação, mostra que existimos e somos um grande povo apostólico e abençoado. Mas a boa intenção pára por aqui.

Na verdade, a Marcha para Jesus serve para provar que somos tão iguais quanto os outros. Também fazemos algazarra, também jogamos lixo na rua, também gritamos como fãs histéricas quando o cantor bonitão sobe no palco, também descemos até embaixo nos funks e sambas gospel (afinal, é para Jesus!). O Carnaval pelo menos é mais democrático, pois lá as estrelas são as pessoas do povo que, pelo menos por um dia, se fantasiam daquilo que desejariam ser. Já na Marcha para Jesus, as estrelas são os líderes gospel, que se alternam em discursos, digo, palavras de boas-novas, sendo também um ótimo palco para as igrejas lançarem seus candidatos à política.

No final constata-se uma coisa: a Marcha não é para Jesus, mas para a glorificação de líderes e denominações, mas ninguém percebe ou se importa com isso, afinal o importante é pular, dançar, gritar. Como diria o Barão Vermelho: quero é puro êcxtase (mas com água mineral 100% Jesus, já que bebida com álcool não pode)!!!

Parabéns aos líderes evangélicos que “conquistaram” o feriado, foi lindo ver o casal Hernandes, o Crivella e o Rodovalho orando pela saúde e pela eleição da D. Dilma Roussef. O mais legal é que as imagens muitas vezes falam mais do que palavras, por isso não pude deixar de notar que a Dilma mantinha os olhos bem abertos enquanto o “grupo santo” orava em seu favor. Mas, cá para nós, alguém teria coragem de fechar os olhos nessa hora, ainda mais conhecendo a fama desses líderes?

Meus pêsames para nós, cristãos adoradores do Deus Vivo, que muitas vezes vamos a essas marchas com o coração contrito mas alegre em Cristo, porém sendo utilizados sem perceber como massa de manobra de grupos religiosos, que demonstram seu poderio através do número de participantes de seus eventos, e que se utilizam do palco para se auto-divulgar. No fundo, no fundo, se já havia uma festa para o Momo, agora está também oficializada uma festa para Mamon (o deus dos líderes ricos e poderosos).

Fonte: [ Uma estrangeira no mundo ]

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