Apologética

Tenho vergonha da minha religião.

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“Vergonha: Substantivo feminino. Desonra humilhante, opróbrio. Sentimento penoso de desonra ou humilhação perante outrem; vexame, afronta. Timidez, acanhamento. Pudor. Atos, palavras, etc., obscenos, indecorosos e/ou vexatórios. Brio, honra; dignidade.”

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Essas palavras resumem exatamente o que sinto em relação à minha religião: VERGONHA. Não sinto vergonha da minha fé, nem de Cristo, muito menos de Deus. Mas desse sistema humano e falho chamado religião eu sinto muita vergonha.

A essência da nossa fé é o amor. Primeiramente a Deus e depois ao próximo. Interessante que a Bíblia não ensina a amarmos a “nós mesmos” acima de todas as coisas. Mas é isso que a religião tem feito, com suas pregações de vitória financeira, curas, etc. Se somente vivêssemos e obedecêssemos a simplicidade do ensino cristão tudo seria diferente. Sinto vergonha por ser identificado como seguidor de uma religião que tem pregado para si mesma, que tem enriquecido, que tem ostentado.

Outro pilar da minha religião é a humildade. Mas nossos templos desmentem isso. Assim como no documentário ‘Religulous’, exibido na HBO, eu penso que o fundador da negócio todo (Jesus) não se sentiria bem em frente aos nossos templos. Temos muita riqueza, muita tecnologia, muitos instrumentos caros, muito terno e gravata. Ele se sentiria impedido de entrar nos nossos templos, e nos diria: vocês confundiram tudo! Imagino a gente saindo da Igreja após o culto com nossos carros caríssimos, e Jesus nos olhando pelo insulfilm… Talvez Ele queria nos dizer novamente: “não ajunteis tesouros…”. Mas está escuro, e o som dos nossos Ipods nos impede de ouví-Lo.

Tenho vergonha do tempo e do dinheiro gasto pela minha religião para manter programas de TV no ar. Esses programas são como torres de babel modernas, que querem fazer o nome do apresentador grande em todo o território nacional. O horário na TV custa muito, e por isso começa a pedição de dinheiro! Como se pede dinheiro! E esse dinheiro não mata a fome, não veste o desnudo, não ensina a ler o analfabeto. Urgh!

Tenho vergonha desse pessoal que prega nas igrejas da minha religião. São prontos a aparecer no vídeo, e tem uma oratória invejável. Mas não os vejo nas ruas, nas favelas, nas filas dos hospitais públicos, nos becos, nas bocas de fumo, nas esquinas da prostituição. Esses lugares são do “demônio”, é preferível estar na “casa de Deus”, que é quentinha e aconchegante. Desafio os pregadores a saírem de seus casulos e pregar em público contra o pecado, a pornografia, o vício. Desafio-os a colocar em prática a sua fé (ou seria “suas fezes”?) para ver se a coisa acontece ou não! Sim, porque no templo, com aquela musiquinha de fundo, e aquele ambiente emocional todo, muita gente é levada a dar a oferta e é “curada”. Quero ver isso acontecer na prática.

Tenho vergonha da minha religião que não se importa com a pessoa como ser humano integral. Que não se sensibiliza com o desabrigado, o sem teto, o sem comida, os sem “tudo”.

Tenho vergonha…

“Deus, muda o meu coração. Troca a minha vergonha pelo teu coração. Quero sentir como o Senhor e agir como Tu queres”

Maurício ‘envergonhado’ Boehme
Fonte: [ Eletroacústico ]

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